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Manifesto Greve Feminista 2023

Apelamos à participação na Greve Feminista Internacional, em protestos e marchas por todo o país no próximo 8 de março, gritando bem alto: greve feminista contra o poder machista.

Somos coletivos e associações do feminismo interseccional e acreditamos que as pessoas exploradas e oprimidas são as protagonistas das suas próprias causas, vidas e experiências. Acreditamos na força de uma unidade feminista que amplie todas essas vozes!

Tudo o que as mulheres têm na nossa sociedade foi conquistado com o seu esforço e luta ao longo da História. Ainda assim, continua a ser sobre as mulheres que mais recaem as consequências da violência machista, da desigualdade económica e da crise de cuidados de um sistema capitalista, racista, colonial, capacitista, hetero-cis-sexista.

O poder patriarcal quer silenciar-nos e invisibilizar-nos nas várias esferas da nossa vida individual e coletiva, seja nas ciências, no desporto, na cultura, na política. Nós, as que somos mulheres lésbicas e bissexuais, mulheres trans, outras pessoas trans e não-binárias, mulheres consumidoras de substâncias psicoativas, trabalhadoras do sexo, pessoas racializadas, pessoas migrantes, pessoas com deficiência, encontramos ainda mais barreiras à nossa liberdade, ao nosso direito a uma vida autodeterminada.

Continuamos a estar nas ruas pela defesa dos nossos direitos, por uma vida digna, por uma vida que valha a pena ser vivida. Reivindicamos o reconhecimento do trabalho informal e sexual, o fim da precariedade à qual nos submetem constantemente (seja em condições ou remuneração), a plena aceitação da diversidade humana, a autodeterminação, a defesa contra a violência, o direito aos cuidados, o direito sobre os nossos corpos e direito ao prazer, o acesso à saúde sexual e reprodutiva.

Só uma luta unida, coletiva e contínua defende e aprofunda as nossas conquistas. Juntas enfrentamos a crise socioeconómica e climática e as ondas reacionárias e antifeministas que se levantam!

Exigimos:

  • Medidas efetivas contra a desigualdade salarial;
  • A criação de um serviço nacional de cuidados;
  • Um forte investimento na prevenção e no combate à violência de género;
  • O reconhecimento e combate à violência obstétrica, medidas para garantir o cumprimento do direito à interrupção voluntária da gravidez e para combater o desrespeito pela autonomia sexual e reprodutiva das mulheres e raparigas com deficiência;
  • O fim da transfobia no acesso à saúde, formação de profissionais em saúde trans e pleno direito a cuidados diferenciados para pessoas trans e não-binárias no SNS;
  • Uma Escola que promova uma Educação Sexual inclusiva e anticapacitista e uma Educação antirracista;
  • Criação de mecanismos de denúncia contra o assédio nas Universidades que sejam seguros, eficazes e acessíveis, assim como medidas de prevenção e combate;
  • Políticas de promoção da vida independente das pessoas com deficiência, que garantam que estas tenham controlo e poder sobre as próprias vidas;
  • O reconhecimento dos direitos das pessoas trabalhadoras do sexo, garantindo que a sua atividade não é perseguida e que são ouvidas sobre qualquer mudança legal que lhes diga respeito;
  • Políticas que garantam o direito à habitação digna e acessível;
  • Medidas sérias e socialmente justas para a transição climática;
  • Ações de solidariedade ativa com as mulheres e crianças que vivem em contexto de guerra.

Se as mulheres param, o mundo pára. Juntemo-nos para partilhar as nossas lutas! Juntemo-nos para sobrepôr as nossas vozes àquelas que nos tentam calar!

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